Para a maioria dos Crossfiters, o Open é a principal, e talvez única competição do ano. Independente do grau de seriedade que você encarou a competição, foram cinco semanas de muito estresse físico, mental e até emocional. Apesar de toda a diversão que tivemos às sextas feiras a noite, por se tratar de uma competição, você se colocou em situações extremamente desconfortáveis antes, durante e após o workout. Apenas por ter saído de sua zona de conforto, independentemente de sua posição no leaderboard, você saiu vitorioso dessa batalha.
Toda situação difícil ou desconfortável pela qual passamos, deveria nos ensinar algo, e com o Open não é diferente. O fim do Open é o momento perfeito para avaliar em que posição sua saúde está em seu ranking de prioridades. Também para identificar pontos que precisam de mais atenção em seu condicionamento.
A maneira mais prática de realizar essa auto avaliação, é respondendo algumas perguntas:
Quais workouts você teve o pior desempenho? Foram os que exigiram motor (17.1 e 17.5)? Endurance muscular (17.4)? Técnica (17.2 e 17.3)?
Quais movimentos foram os mais difíceis? O deadlift do 17.4 estava pesado? Até onde chegastes na escada de snatches do 17.3? No 17.2, o bar muscle up foi o que te impediu de prosseguir no workout, ou o alto volume de lunges? Para você o fator limitante do 17.5, foi cardio? Técnico (double unders)? Peso do thruster?
É muito importante fazer essa autoanálise, pois identificar as lacunas do seu condicionamento é o primeiro passo para evoluir e se tornar um atleta mais completo. O segundo passo seria atacar essas fraquezas até que elas virem seus pontos fortes. Devemos trabalhar nossos pontos fracos não apenas para eliminá-los, mas para seguir evoluindo naquilo que já somos fortes. Por exemplo, se, ao final do open você identificou que o thruster estava pesado, mas foi super bem nos wall balls do 17.4, você poderia concluir que responde melhor em workouts onde a demanda é endurance muscular, e não tão bem quando precisa trabalhar com cargas moderadas e altas. Nesse caso, melhorar sua força para o thruster (ponto fraco), significa melhorar ainda mais seu endurance muscular para os wall balls (ponto forte), pois a falta de força pode ser um fator limitante para a melhora do endurance muscular.
O pós Open também é uma ótima oportunidade para refletir sobre sua atitude como atleta. É o momento para avaliar o quanto seu ego tem afetado seu desempenho. E essa avaliação também pode ser feita de maneira muito objetiva, basta responder as perguntas: O que você mais temia antes de começar cada workout? Perder para algum colega de treino? O julgamento das pessoas que estavam assistindo? Ou apenas do desconforto que enfrentaria durante? O ego pode ser seu inimigo número um, pois faz com que você coloque seu foco em coisas que estão além do seu controle, como por exemplo, o desempenho de outro atleta, ou as “no reps” que seu colega deveria ter ganhado e não ganhou. Quando você deixa seu ego de lado, não há frustrações, pois, a única coisa que importa é o seu esforço. E quando você sabe que deixou tudo que tinha no seu workout, você sempre sairá vitorioso e orgulhoso de seu esforço, não importando sua colocação no leaderboard.
Ter medo de mostrar sua vulnerabilidade também é uma forma de deixar o ego falar mais alto. E agora me volto especialmente para as pessoas que não se inscreveram no Open por medo de expor às outras pessoas seus pontos fracos. Não ter medo de expor suas fraquezas é o primeiro passo para se tornar mais forte, e, apenas mostrando as pessoas quem você realmente é, é que passa conhecer a si mesmo.
Eu sei, são muitas coisas para pensar e refletir. Mas esse é o momento. Talvez você devesse tirar alguns dias de descanso para cumprir essa tarefa. Pense em tudo que fez e o que não fez no ano que passou. Hora de planejar sua alimentação, seu sono, aquele tempinho extra para praticar um movimento que tenha dificuldade. Se você está com dificuldades em fazer essa avaliação, converse com seu coach, e pergunte para ele de que forma você pode melhorar seus pontos fracos.
Gostaria de fechar esse artigo com uma boa notícia: você tem um ano para se preparar para o 18.1.
Tony Geremias
Head Coach
WOD
For time:
Run 2K
Row 1,5K
200 DU's
Bom treino!
